sexta-feira, 5 de agosto de 2011

RH - Gestão Animada

Esportes radicais, espetáculos interativos e trabalho comunitário são algumas das ações adotadas por empreendedores para melhorar o desempenho de suas equipes

por Gilberto de Almeida
Revista PEGN

Há dez anos, promover treinamentos de funcionários em locais inusitados era extravagância restrita às grandes empresas. Reunir a equipe e subir em árvores, voar de balão ou interagir com atores eram atividades que, além de caras, ainda provocavam desconfiança entre os especialistas em RH. O tempo passou, as ações outdoor ganharam espaço nas empresas e os custos baixaram: hoje, esse tipo de evento já é visto como uma alternativa viável para pequenos e médios empreendedores que pretendem injetar energia na gestão do negócio.

Para integrar os 15 funcionários veteranos aos 25 novatos que trabalhariam juntos na recém-reformada franquia do restaurante La Pasta Gialla do Shopping Tamboré, em Barueri (SP), a gerente Valéria Chociai convocou a empresa Todos no Palco, sugerida por uma consultoria de gestão. Em duas sessões de quatro horas cada, com custo total de R$ 2.450, os atores interagiram com os funcionários, simularam situações de atendimento ao público e reforçaram informações sobre cardápio e equipamentos da casa. “O funcionário não pode encarar o treinamento como um castigo”, diz Valéria. “Com o jogo teatral, mensagens que levariam meses para serem fixadas conseguem ser gravadas em poucas horas”, diz.

“A atividade lúdica pode e deve ser usada nos treinamentos, desde que acompanhada de um bom planejamento”, diz Ana Maria Magni Coelho, consultora do Sebrae. “O importante é não perder de vista os objetivos da ação”, completa. Segundo a consultora, é fundamental que todos os funcionários participem: não adianta programar um dia de esportes radicais se algum colaborador tem problemas de locomoção, por exemplo. O dinheiro não deve ser encarado como fator limitador. “O estímulo ao trabalho colaborativo pode acontecer durante a produção de um simples almoço, em que cada um tenha uma tarefa a cumprir”, diz Ana Maria. Nada disso, porém, terá valor se os resultados não forem controlados. “O gestor precisa observar se a produtividade melhorou, ou se a equipe passou a se preocupar mais com os clientes.”

Reforçar o conceito de liderança era a meta da academia de ginástica 4fit, em São Paulo, ao levar seus funcionários para um dia de atividades radicais no projeto Canoar, em Brotas, interior paulista. Ao praticar rafting nas corredeiras do rio, a equipe aprendeu a se manter concentrada e atenta à voz de comando — mesmo que o líder naquele instante fosse um subordinado dos demais. “São ensinamentos preciosos, que foram absorvidos por meio da experiência e da prática”, diz Tatiana Longhi Carvalho, gerente de vendas e uma das coordenadoras do programa de treinamentos da 4fit. O programa tem custo aproximado de R$ 150 por pessoa — o preço inclui atividade e lanche.

Já a Let’s, especializada em terceirização de frotas, escolheu o trabalho comunitário como forma de resgatar o espírito de equipe entre os 70 colaboradores. O grupo se mobilizou para reformar um asilo com cerca de 30 idosos em Itirapina, que fica a 60 km de Araraquara, cidade-sede da empresa. Divididos em 12 frentes de trabalho, eles pintaram paredes, limparam jardins e fizeram pequenos consertos, além de animar o ambiente com apresentações musicais. “Ao final do trabalho, era possível perceber o brilho no olhar de cada colaborador”, conta Monise Prado, analista de comunicação da Let’s. “Conseguimos unir a turma praticando solidariedade.” E o melhor: gastando apenas R$ 228 por funcionário — o custo se refere a transporte, hospedagem e alimentação da equipe.

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