Taxa das micro e pequenas avança de 71,9% para 73,1%, diz Sebrae.
Estudo mostra que as indústrias são as que mais obtêm sucesso.
Das micro e pequenas empresas criadas no país em 2006, 73,1% sobreviveram aos primeiros dois anos de existência primeiro biênio de atividade, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O índice demonstra avanço em relação ao ano anterior, já que aquelas que abriram as portas em 2005 tinham 71,9% de sobrevivência.Estudo mostra que as indústrias são as que mais obtêm sucesso.
Os dois primeiros anos de atividade são considerados os mais críticos para uma empresa, na opinião de Luiz Barretto, presidente da entidade, porque é necessário conquistar uma base de clientes, tornar-se conhecido no mercado, reinvestir a maior parte das receitas no negócio e superar dificuldades de gestão, especialmente entre os empreendedores que não tinham experiência anterior como empresários.
Entre os fatores que mais contribuíram para o crescimento dessa taxa em relação ao estudo anterior, o Sebrae destaca o avanço da legislação referente às micro e pequenas empresas, o aumento na escolaridade dos empreendedores, a maior demanda por capacitação dos empresários e o forte crescimento do mercado consumidor brasileiro.
"O índice brasileiro é muito competitivo e similar ao de países desenvolvidos", disse Barreto. Em sua avaliação, no entanto, os empresários nacionais ainda cometem alguns erros básicos. "Misturar finanças pessoais e as da empresa ainda é um erro recorrente. Quando isso ocorre as chances de um negócio não sobreviver é muito grande". O presidente do Sebrae destacou também a importância da inovação para as micro e pequenas empresas, que vivem em um mercado interno muito competitivo.
O estudo mostra que as indústrias são as que mais obtêm sucesso. De cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes. Em seguida, aparecem comércio (74,1%), serviços (71,7%) e construção civil (66,2%). As empresas da região Sudeste apresentam os melhores índices (76,4%). Na sequência, vêm as regiões Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro-Oeste (68,3%) e Norte (66,0%).
Segundo o Sebrae, o índice de sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras é superior ao de nações como Espanha (69%), Itália (68%) e Holanda (50%) e bastante próximo do Canadá (74%).
Este é o primeiro levantamento que funciona como um censo dessa categoria de empresas no Brasil, já que contou com fornecimento de dados da Receita Federal. A mostra está em torno de 500 mil companhias. O resultado positivo foi verificado em 18 Estados, nos quais as micro e pequenas empresas aumentaram seu nível de sobrevivência. Outras oito unidades da Federação, a maioria localizada no Norte e Nordeste, pioraram seu índice, e apenas um Estado se manteve estável, o Acre.