sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cresce taxa de sobrevivência de empresas aos dois primeiros anos

Taxa das micro e pequenas avança de 71,9% para 73,1%, diz Sebrae.
Estudo mostra que as indústrias são as que mais obtêm sucesso.
Das micro e pequenas empresas criadas no país em 2006, 73,1% sobreviveram aos primeiros dois anos de existência primeiro biênio de atividade, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O índice demonstra avanço em relação ao ano anterior, já que aquelas que abriram as portas em 2005 tinham 71,9% de sobrevivência.

Os dois primeiros anos de atividade são considerados os mais críticos para uma empresa, na opinião de Luiz Barretto, presidente da entidade, porque é necessário conquistar uma base de clientes, tornar-se conhecido no mercado, reinvestir a maior parte das receitas no negócio e superar dificuldades de gestão, especialmente entre os empreendedores que não tinham experiência anterior como empresários.

Entre os fatores que mais contribuíram para o crescimento dessa taxa em relação ao estudo anterior, o Sebrae destaca o avanço da legislação referente às micro e pequenas empresas, o aumento na escolaridade dos empreendedores, a maior demanda por capacitação dos empresários e o forte crescimento do mercado consumidor brasileiro.

"O índice brasileiro é muito competitivo e similar ao de países desenvolvidos", disse Barreto. Em sua avaliação, no entanto, os empresários nacionais ainda cometem alguns erros básicos. "Misturar finanças pessoais e as da empresa ainda é um erro recorrente. Quando isso ocorre as chances de um negócio não sobreviver é muito grande". O presidente do Sebrae destacou também a importância da inovação para as micro e pequenas empresas, que vivem em um mercado interno muito competitivo.

O estudo mostra que as indústrias são as que mais obtêm sucesso. De cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes. Em seguida, aparecem comércio (74,1%), serviços (71,7%) e construção civil (66,2%). As empresas da região Sudeste apresentam os melhores índices (76,4%). Na sequência, vêm as regiões Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro-Oeste (68,3%) e Norte (66,0%).

Segundo o Sebrae, o índice de sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras é superior ao de nações como Espanha (69%), Itália (68%) e Holanda (50%) e bastante próximo do Canadá (74%).

Este é o primeiro levantamento que funciona como um censo dessa categoria de empresas no Brasil, já que contou com fornecimento de dados da Receita Federal. A mostra está em torno de 500 mil companhias. O resultado positivo foi verificado em 18 Estados, nos quais as micro e pequenas empresas aumentaram seu nível de sobrevivência. Outras oito unidades da Federação, a maioria localizada no Norte e Nordeste, pioraram seu índice, e apenas um Estado se manteve estável, o Acre.