Pequenas empresas geram quase 15 milhões de
empregos formais.
Salários também cresceram mais em empresas de porte
menor.
Segundo Sebrae.
O Brasil tem mais de 6 milhões de micro
e pequenas empresas, que totalizam 99% dos negócios do país. A pesquisa foi
feita pelo Sebrae em parceria com o Dieese, entre 2000 e 2011. 51% delas estão
na região Sudeste. Quase 24% estão na região Sul e outros 15%, no Nordeste. Na
região Norte, estão 3,5%, enquanto 7% estão no Centro-Oeste.
As pequenas empresas geram quase 15
milhões de empregos formais. O estudo mostra que, a cada R$ 100 em salários, R$
40 são pagos por micro e pequenos empresários. E o mais importante: no período
pesquisado, os funcionários tiveram um aumento real três vezes maior que o de
trabalhadores de grandes empresas.
“Esse é um balanço muito importante,
para identificar, por exemplo, como se comportaram os salários das micro e
pequenas empresas, que setor emprega mais. Uma série de questões que vão
significar um bom planejamento, uma boa ferramenta de trabalho para o Sebrae”,
diz Luiz Barretoo, presidente da entidade.
Cavaletes
Uma fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo, é um exemplo do resultado
da pesquisa. No local, são produzidos equipamentos para sinalização viária. A
empresa fabrica quatro mil cavaletes de madeira por mês. Nenhum funcionário
ganha salário mínimo - a menor remuneração é R$ 800.
Para Marcelo Nonato, dono da empresa,
incentivar os funcionários dá bons resultados. “Eu acredito que a
motivação seja o ponto principal para o bom desempenho da empresa, e o
crescimento da empresa”, conta o empresário.
E os benefícios aumentam de acordo com
o rendimento da equipe. A meta fica exposta em um quadro. E a produção de 700
cavaletes, na semana, garante um churrasco para todos.
“Em tudo que a gente precisa aqui, a
gente não tem o que falar dele. Sobre serviço, em geral, tudo, a gente não
precisa de nada aqui”, diz o montador Marcos José da Silva.
Os cavaletes são vendidos para 15 lojas
de sete estados brasileiros. É um produto muito resistente. Os vendedores
precisam de motivação extra, e a busca por clientes não para. A equipe de
vendas se reúne toda semana para comemorar e para estourar balões. Dentro, está
o prêmio para as metas atingidas.
O bônus começa em R$ 5 e acaba em R$
500. Cada vendedor pode estourar um balanço.
“Excelente, é a nossa motivação, é o
que dá o diferencial e dá o gosto, às vezes, de você lutar e saber que no final
da semana vai ter o prêmio”, diz a vendedora Jéssica Alonso.
Molas
Em outra fábrica, em Santana do Parnaíba, interior de São Paulo, fornece
molas para a indústria automobilística e o setor de eletrodomésticos. A empresa
contratou seis funcionários em 2011 e, este ano, outros sete serão admitidos. E
a empresário Vera Cabral está otimista: ela vai agora produzir molas para a
fabricação de geladeiras e fogões.
“O governo tirou 15% do IPI na linha
branca, o ano passado ele fez isso também, e refletiu num maior pedido, porque
a linha branca que vai em fogões, geladeira... vendendo mais fogões, mais
geladeira, a gente vende mais molas”, diz Vera.
Segundo o estudo do Sebrae, de cada dez
novas vagas, sete estão em cidades do interior, como a de Vera. A fábrica de molas
começou há 16 anos. Vera e o marido, José Valter Cabral, e um casal de amigos,
começaram o trabalho pagando prestações de uma máquina de fazer molas.
Hoje a empresa cresce 20% ao ano. São
vendidas mais de 10 milhões de peças por mês, de todos os tipos e tamanhos:
molas de tração, compressão, torção e especiais. Elas são usadas em uma
infinidade de produtos.
“A mola tem a função de vai e vem, e é
utilizada em quase todas as coisas que você possa imaginar. Fogão, carro,
luminária, motocicleta, e mais inúmeras coisas”, explica o empresário Cabral.
Para garantir qualidade, só com muito
treinamento. No Sebrae, os funcionários fizeram cursos técnicos e melhoraram o
desempenho. Eles ganham de R$ 900 a R$ 3 mil.
“Eu comecei com um salário baixo. E
hoje eu ganho seis vezes a mais”, diz o maquinista de molas José dos Santos
Faria.
Em uma década, aumentaram a
formalização das empresas e a escolaridade dos trabalhadores e dos donos das
microempresas. E o setor de serviços cresceu muito, com o aumento de consumo da
classe C.
“Estão ampliando seus mercados,
faturando mais, contratando mais, porque a economia cresceu, e também pagando
mais. Isso que eu acho importante, quer dizer, é uma combinação da melhoria na
qualidade do emprego na micro e pequena”, diz Barretto, do Sebrae.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes
Negócios
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